Qua Dez 01, 2021 6:48 pm por 
Prólogo 2 - CAUGHT UP IN THE
Acordei, mais uma vez, a perguntar-me porque demónios é que o meu coração tinha tanto prazer em ver-me sofrer. Porque demónios é que ele simplesmente não parava de bater e me libertava do meu sofrimento?
"Jenn! Despacha-te!" A minha mãe gritou da cozinha. Provavelmente estava atrasada, para variar. Levantei-me lentamente, abri o armário, tirei a roupa mais aceitável que encontrei e vesti-me a pensar no "porquê" de ainda me preocupar com o que vestir.
Desci as escadas lentamente, ignorando os avisos da minha mãe, enfiei o portatil na minha mochila preta sem que ninguém percebesse e saí. Assim que fechei a porta do lado de fora a minha mãe começou a berrar com o meu pai. Aparente o meu corpo tinha secado as glândulas lacrimais, como forma de defesa, ou então eu simplesmente estava tão habituada aquilo que já nem me dignava a chorar.
A escola, como sempre, estava super monótona. Todos os professores me deixavam ficar no cantinho sozinha, a ouvir música a aula toda e eu passava despercebida, como um fantasma no dia mais solarengo do ano. Nunca me chamavam para ir ao quadro, nunca me pediam para fazer nada... Acho que metade deles nem se apercebia que eu estava lá e, na maioria das vezes, era um colega meu que durante a chamada dizia "Mas ela está ali!".
Assim que a campainha tocou enfiei tudo na mala à pressa e corri pelos corredores ainda vazios da escola em direção à casa-de-banho feminina. O dia hoje estava a decorrer mais lentamente e mais dolorosamente do que é habitual.
Tranquei-me num dos pequenos cubículos, sentei-me na sanita e abri o pequeno portátil que os meus pais me tinham oferecido como pedido de desculpas por discutirem nas pernas.
Ela tinha que estar on-line. Ela tinha, mas ela não estava. Desisti do dia naquele momento, decidi que ia apanhar uma doença e andar pela a rua até serem horas de voltar para casa.
Quando ia desligar o laptop um icon verde, em forma de quadrado com as pontas arredondadas e com um "D" desenhado salta-me à frente dos olhos. O icon ocupou o ecrã todo, e não havia forma de desligar o computador. Virei o pc e retirei-lhe a bateria, apenas para ficar aterrorizada ao perceber que ele continuava ligado, mesmo sem bateria. O que se estava a passar? O que era aquilo?
Engoli em seco para conseguir clicar no icon gigante desconhecido e o ecrã começou a brilhar, a brilhar com uma intensidade enorme que me provocou cegueira uns momentos. Acompanhando o brilho, veio o som de um comboio a travar, som que encheu a vandalisada casa-de-banho de uma ponta à outra, refletindo nas paredes e cubículos, criando uma sensação de eco horrível e arrepiando-me o corpo todo repetidas vezes.
De repente, perdi a noção de tudo à minha volta. Tudo estava preto. Apesar de não existir ar ou algo naquele sitio que me indicasse mudança de posição, sabia que estava a cair.
Estaria a morrer, ou já morta?
Acordei, mais uma vez, a perguntar-me porque demónios é que o meu coração tinha tanto prazer em ver-me sofrer. Porque demónios é que ele simplesmente não parava de bater e me libertava do meu sofrimento?
"Jenn! Despacha-te!" A minha mãe gritou da cozinha. Provavelmente estava atrasada, para variar. Levantei-me lentamente, abri o armário, tirei a roupa mais aceitável que encontrei e vesti-me a pensar no "porquê" de ainda me preocupar com o que vestir.
Desci as escadas lentamente, ignorando os avisos da minha mãe, enfiei o portatil na minha mochila preta sem que ninguém percebesse e saí. Assim que fechei a porta do lado de fora a minha mãe começou a berrar com o meu pai. Aparente o meu corpo tinha secado as glândulas lacrimais, como forma de defesa, ou então eu simplesmente estava tão habituada aquilo que já nem me dignava a chorar.
A escola, como sempre, estava super monótona. Todos os professores me deixavam ficar no cantinho sozinha, a ouvir música a aula toda e eu passava despercebida, como um fantasma no dia mais solarengo do ano. Nunca me chamavam para ir ao quadro, nunca me pediam para fazer nada... Acho que metade deles nem se apercebia que eu estava lá e, na maioria das vezes, era um colega meu que durante a chamada dizia "Mas ela está ali!".
Assim que a campainha tocou enfiei tudo na mala à pressa e corri pelos corredores ainda vazios da escola em direção à casa-de-banho feminina. O dia hoje estava a decorrer mais lentamente e mais dolorosamente do que é habitual.
Tranquei-me num dos pequenos cubículos, sentei-me na sanita e abri o pequeno portátil que os meus pais me tinham oferecido como pedido de desculpas por discutirem nas pernas.
Ela tinha que estar on-line. Ela tinha, mas ela não estava. Desisti do dia naquele momento, decidi que ia apanhar uma doença e andar pela a rua até serem horas de voltar para casa.
Quando ia desligar o laptop um icon verde, em forma de quadrado com as pontas arredondadas e com um "D" desenhado salta-me à frente dos olhos. O icon ocupou o ecrã todo, e não havia forma de desligar o computador. Virei o pc e retirei-lhe a bateria, apenas para ficar aterrorizada ao perceber que ele continuava ligado, mesmo sem bateria. O que se estava a passar? O que era aquilo?
Engoli em seco para conseguir clicar no icon gigante desconhecido e o ecrã começou a brilhar, a brilhar com uma intensidade enorme que me provocou cegueira uns momentos. Acompanhando o brilho, veio o som de um comboio a travar, som que encheu a vandalisada casa-de-banho de uma ponta à outra, refletindo nas paredes e cubículos, criando uma sensação de eco horrível e arrepiando-me o corpo todo repetidas vezes.
De repente, perdi a noção de tudo à minha volta. Tudo estava preto. Apesar de não existir ar ou algo naquele sitio que me indicasse mudança de posição, sabia que estava a cair.
Estaria a morrer, ou já morta?
