Capítulo 1 (pt 5) - A árvore cruel da aldeia maldosa
Aquela pequena aldeia de Yuramons era a mais perfeita Utopia. Todos trabalhavam para o mesmo fim, a felicidade mutua da aldeia, e faziam-no porque queriam, não por valor monetário. Precisavam uns dos outros para ter comida, casa e receber os estrangeiros como nós.
Esta manhã estão todos muito atarefados a reparar os estragos que a nossa luta contra o Dracmon tinha provocado. Pobres coitados! Eles querem apenas uma vida pacifica, sem preocupações. Eles não incomodam ninguém e a sua principal preocupação é a paz da floresta, porque alguém te de lhes provocar dano?
Assim que acordamos eu, Hinata, Impmon e Candlemon oferece-mo-nos para os ajudar na reconstrução, indo buscar madeira à floresta e estávamos agora a voltar para a aldeia, carregando troncos.
Assim que pudemos ver a aldeia fomos percorridos por um arrepio. A aldeia estava destruida. As pequenas casas semi-esféricas estão desfeitas, existiam muitos Yuramons feridos e alguns digiovos dos mesmos espalhados pelo chão. Árvores gigantescas erguiam-se por dentro das casas e em vários lugares da aldeia. O que era aquilo?
-Naoi, Hinata! - Agumon Hakase, que apareceu de repente no cenário, parecia em pânico. Tinha motivos para isso.
-O que aconteceu? - perguntá-mos, em uníssono.
-Eu e Pafumon íamos a caminho do rio onde Hinata foi atacado - explicou enquanto apontava uma das suas afiadas garras para o meu irmão - para ir buscar água e sentimos o chão a tremer. Quando olhamos para trás avistamos árvores enormes a erguerem-se do chão sobre a aldeia.
-Pafu pafu pafu!
-Então... Não sabe o que se passou?
-NÃO ME SUBSTIME! Não me licenciei na universidade do mundo digital a bater com a cabeça nas paredes! - afirmo Hakase Agumon, com um ar muito sério e irritado, que me provocou a mim, a Candlemon, a Impmon e a Hinata gargalhadas. Irritado, continuou, enquanto Pafumon imitava o seu ar sério, ridiculamente - Vim a esta floresta há mais ou menos 5 anos para estudar as ruínas dos anciãos a fundo. Mas ao chegar cá descobri que a entrada era bloqueada por um enorme Cherrymon que mantém viva a floresta. É um Cherrymon realmente muito velho, cujas raízes se estendem por milhares de quilómetros, sem exagero.
-E isso leva-nos a? - perguntou Hinata, perplexo.
-A que eles estão a aproximar-se - explicou Hakase.
-Eles? - perguntamos, mais uma vez, em uníssono. Esta conversa estava a tomar um rumo ridículo.
-Os Deuses e os Demónios e a sua luta gigantesca. Apenas sei que Yggdrasil, nossa santidade, está envolvido, não conheço os seus oponentes e não conheço o porquê da luta que começou no dia em que o céu escureceu.
-O dia em que o céu escureceu?
-Sim. Há alguns meses, num dia muito quente e solarengo, o sol foi apagado e o céu tomou a cor roxa por pouco mais de uma hora. Durante esse período deram-se vários terramotos que provocaram estragos razoáveis, mas o pior aconteceu depois. Yggdrasil e outras criaturas - cuja origem não conheço - começaram uma luta enorme. Viajam de um lado para o outro e a energia que eles produzem é tão grande que qualquer digimon abaixo do nível Kyukyokutai é desintegrado e retornado em forma de Digitama à cidade do inicio. Normalmente nem um Kyukyokutai consegue ficar indiferente. Cherrymon, como é um digimon muito velho deve estar a enlouquecer e, para sobreviver, a expandir a floresta.
Deu-se outro terramoto e as árvores de toda a floresta começaram a crescer em altura a uma velocidade assustadora. Em poucos segundos deixamos de conseguir ver o topo verde das árvores que se erguiam a uma altura alucinante no céu.
-Se isto continuar assim as árvores vão consumir toda a água num raio de quilómetros, provocando a morte de milhares de digimons! E os que conseguirem subsistir das árvores vão acabar por morrer, visto que a vegetação vai acabar por secar.
O cenário era realmente aterrorizador. Os digimons têm assim tanto poder? O que é este mundo que desconhecemos? A descoberta deste mundo e dos seus habitantes iria mudar completamente o rumo da ciência, assim como alterar toda a religião.
-E o que podemos fazer para alterar a situação? - perguntou Hinata.
-Teremos que devolver o Cherrymon a digitama. A floresta vai diminuir muito de tamanho, mas de certeza que os digimons que aqui vivem vão ajudar a reconstruir-la. As ondas de energia que o fizeram enlouquecer também o devem ter debilitado, pelo que deve facilitar muito esse trabalho. Mas de qualquer maneira, Cherrymon é um Kazentai muito poderoso.
Aceitamos ir às ruinas dos anciãos destruir o Cherrymon enlouquecido. O Pafumon e o Agumon decidiram ir connosco. Reunimos alguns mantimentos e o Hakase deu algumas regras aos Yuramons para eles enfrentarem aquela crise antes de irmos embora.
E finalmente deixa-mos, com receio, a aldeia que tão bem nos tinha recebido.
{Narrado por Naoi - Vai existir bastante acção na parte 6! Naoi vai também correr risco de vida!}